“Foi Assim que Me Tornei um Mangaká” – Akira Toriyama Marusaku Vol. 2 (1988)

Akira Toriyama Marusaku Gekijou – Volume 2 (10 de março de 1988)

“FOI ASSIM QUE ME TORNEI UM MANGAKÁ”

“Foi Assim que Me Tornei um Mangaká” – Parte 01

Antes de entrar na escola primária, eu gostava de desenhar, mesmo sendo só um fedelho. Gostava especialmente de animais e veículos, e desenhava essas coisas constantemente. Então, um dia, vi o filme animado da Disney, Cento e Um Dálmatas. Foi tão incrível. Eu praticamente voei do meu assento. O jovem Toriyama pensou: “Seria legal se eu também pudesse desenhar tão bem assim”, e mergulhou ainda mais nos desenhos.

“Foi Assim que Me Tornei um Mangaká” – Parte 02

O jovem Toriyama ainda era um pirralho após entrar no ensino fundamental. Todos os dias ele era travesso e brincava até anoitecer e, em casa, não fazia nada além de desenhar. Um dia, quando foi à casa de uma amiga (mesmo nessa época, ele só era legal com garotas), havia muitos quadrinhos espalhados por lá, que ela dizia serem do seu irmão mais velho. Mais uma vez, eu praticamente bati no teto. E pensar que haviam livros assim. E então, quando fui a uma casa no meu bairro que tinha uma televisão e a assisti pela primeira vez, fui à loucura. Todos os dias eram cheios de emoção para o jovem Toriyama.

“Foi Assim que Me Tornei um Mangaká” – Parte 03

Embora estivesse tão absorvido pelos quadrinhos quando estava no ensino fundamental, por algum motivo, parei de lê-los tanto assim quando comecei o ensino médio. Acho que provavelmente foi porque fui atraído por filmes e TV. Mas eu ainda gostava de desenhar, e meus livros e cadernos estavam cheios de rabiscos. Mesmo assim, foi uma época cheia de energia; poucas crianças faziam coisas como ir ao cursinho e todos brincavam do lado de fora até o pôr do sol. Contudo, todos crescerem sendo adultos legais e respeitáveis.

“Foi Assim que Me Tornei um Mangaká” – Parte 04

Já que eu gostava de desenhar, entrei em uma escola orientada ao design. Eu gostava de desenhar tanto quanto sempre, mas gostava de me divertir ainda mais. No caminho da escola, eu passava por lojas de brinquedos, lámen e lojas de departamento, jogava boliche ou sinuca. Não importa como, eu nunca ia direto pra casa.

Quase nunca me dei ao trabalho de ler quadrinhos, mas os desenhava de vez em quando.

Então, conforme minha formatura se aproximava, surgiam os caminhos divergentes da faculdade ou do trabalho. Embora meus pais fossem contra, não hesitei em escolher trabalhar. Já estava cansado de estudar e tinha certeza de que, com meus desenhos, me daria bem na prática. Eu era um pirralho tão atrevido.

“Foi Assim que Me Tornei um Mangaká” – Parte 05

Eu era um dos mais talentosos na empresa de design em que entrei, então conduzi meu trabalho com bastante astúcia. Exceto que eu não era uma pessoa matinal, então frequentemente me atrasava para o trabalho. Além disso, era uma empresa razoavelmente grande, eles eram exigentes com o código de vestimenta e eu era criticado com frequência. Em suma, tive problemas como membro da força de trabalho. No final, passei a odiar meu trabalho e pedi demissão depois de dois anos e meio. Mas, olhando para trás agora, eu conheci pelo menos um pouco de como o mundo funciona, então não foi um desperdício. Se alguém pulasse direto de aluno para mangaká, esse tipo de coisa seria muito mais difícil de compreender.

“Foi Assim que Me Tornei um Mangaká” – Parte 06

Tendo deixado meu emprego sem nenhum tipo de plano, tive um problema. Mesmo se eu quisesse me divertir, não tinha dinheiro para isso. Então, um dia, encontrei um artigo sobre um concurso de quadrinhos em uma revista de mangás que estava por aí em uma cafeteria! Não importa como, eu queria esse prêmio em dinheiro. Então comecei a desenhar meu primeiro quadrinho pra valer.

Cheio de confiança, eu o enviei, só para ser deixado de fora do círculo dos vencedores. Poof, nada do prêmio em dinheiro. Foi um choque para mim, mas também me irritou. Por despeito, imediatamente desenhei outro quadrinho e o enviei. Só que este também foi rejeitado. Mas então o telefone tocou, e era de um anjo. “Você ainda está em má forma, mas pode chegar a algum lugar, então continue desenhando e enviando.”

Era Torishima-san, do departamento editorial.

E assim, continuei enviando-os com todo o meu esforço e, depois de um tempo, finalmente fiz minha estreia! E com isso em mente, ainda tenho uma grande dívida com Torishima-san.

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