Entrevista com Hironobu Kageyama (28 de setembro de 2021)
“EU ATÉ TENTEI FAZER RAP!” – HIRONOBU KAGEYAMA COMPARTILHA O QUE APRENDEU COM SEU “TREINAMENTO MUSICAL” DE DRAGON BALL
Conhecido pelos fãs como “O Príncipe das Canções de Anime”, Hironobu Kageyama foi o vocalista de cerca de 70 canções de Dragon Ball. Sua carreira como artista alcançou alturas espetaculares graças isso e ele é amplamente inseparável da série Dragon Ball.
Após um período de sucesso abaixo do esperado com sua estreia, Kageyama fala de seu fatídico encontro com o que viria a ser sua música mais icônica, “CHA-LA HEAD-CHA-LA”, e como isso o levou a encontrar seu lugar no mundo.
Tivemos a sorte de sentar com Kageyama e discutir sua carreira como artista, Dragon Ball e tudo mais. Enquanto conversávamos sobre sua vida pelas lentes de Dragon Ball, ele nos presenteava com histórias dos bastidores da gravação de CHA-LA HEAD-CHA-LA, as rivalidades amigáveis que ele tinha com seus colegas cantores e muito mais.
Dê uma lida na entrevista e, antes que você perceba, estará cantarolando aquela amada música tema de abertura de Dragon Ball mais uma vez!
*A entrevista foi realizada mantendo rígidos protocolos de prevenção do coronavírus.
UM CANTOR DE ROCK QUE PODERIA CANTAR MÚSICAS DE ANIME
As entrevistas com você sobre Dragon Ball normalmente se concentram exclusivamente nas três músicas-tema do anime, “CHA-LA HEAD-CHA-LA”, “WE GOTTA POWER” e “Bokutachi wa Tenshi Datta”, mas na verdade você foi o cantor de diversas músicas de Dragon Ball Z, certo?
Isso mesmo. Eu também cantei a maioria das músicas-tema dos filmes e quase perdi a conta de quantas coleções de músicas de sucesso foram lançadas…
Quando verificamos, era de 18 a 20 se você incluir as versões remixadas.
São tantas! Depois de lançar as coleções de músicas de sucesso, também passei algum tempo como vocalista das músicas-tema dos jogos. Dito isso, acho que cantei cerca de 70 músicas.
Hironobu Kageyama: Nascido em Osaka, em 1961. Estreou como vocalista da banda de rock “LAZY” em 1977. Foi o vocalista principal da música tema da série “Dengeki Sentai Changeman” em 1985. Posteriormente, tornou-se o vocalista principal da música tema de Dragon Ball Z, “CHA-LA HEAD-CHA-LA”, e se tornou um nome conhecido no Japão como um “cantor de anime”. Formou o grupo de cantores de anime “JAM Project” em 2000 e ainda está ativo como seu líder.
Eu gostaria de aprofundar a história em torno disso mais tarde, mas primeiro quero te perguntar sobre o processo que o levou a cantar “CHA-LA HEAD-CHA-LA”.
Acho que devo começar falando sobre como acabei cantando músicas de anime. Eu estreei como parte da banda de rock “LAZY”, mas quando finalmente nos separamos, me tornei um artista solo. Eu tinha 20 anos na época, e o período depois disso foi o período mais difícil da minha carreira como cantor. Eu simplesmente não conseguia encontrar um bom ritmo, e o número de pessoas em meus shows começou a diminuir.
Isso durou cerca de 4 anos. Então, em 1985, recebi uma ligação do diretor da Nippon Columbia do nada me dizendo que ele estava me colocando no comando da música tema de “Dengeki Sentai Changeman”. Eu me senti tão sortudo que o diretor me procurou. Segundo ele, desde o início dos anos 80, a indústria passou a privilegiar músicas mais animadas para canções de anime, e por isso ele procurava um cantor de rock que as cantasse.
E foi aí que tudo mudou, e você entrou no mundo das músicas de anime?
Exatamente. Depois disso, cantei a música tema de “Saint Seiya”, chamada “Soldier Dream”, em 1988. Segui com “CHA-LA HEAD-CHA-LA” em 1989, sendo dois anos seguidos em que cantei a música tema de uma adaptação para anime de um mangá da Weekly Shonen Jump. Isso foi realmente o que mudou a direção da minha vida para sempre.
Desde que cantei “CHA-LA HEAD-CHA-LA” pela primeira vez, até hoje, nunca me preocupei com o futuro. O caminho que comecei há tantos anos me levou a formar o JAM Project, e ainda estou nessa mesma trajetória neste exato momento.
“CHA-LA HEAD-CHA-LA” ORIGINALMENTE SOAVA COMO UMA MÚSICA DO BON JOVI
Quando você ouviu a primeira demo de “CHA-LA HEAD-CHA-LA”, o que achou?
Antes de Yukinojo Mori escrever a letra, o diretor da Columbia me disse que, a partir de agora, o título de Dragon Ball mudaria para “Dragon Ball Z” e que, como eu seria o cantor da nova música-tema, ele queria que eu fizesse uma fita demo para ser usada em uma próxima apresentação. Então, eu e minha banda fizemos uma demo em uma espécie de estilo rock americano, que soava muito parecido com a música do Bon Jovi. Na época, eu pensei que parecia muito legal.
Então, quando peguei o arranjo final e percebi que havia mudado completamente, fiquei totalmente sem palavras. Para ser totalmente honesto, eu nem tinha certeza se parecia bom ou ruim.
Não é rock americano, com certeza.
Não, não é. O riff de baixo tem um swing, e a música tem uma vibração pop distinta dos anos 80. Ao contrário dos acordes estridentes da guitarra, há tons agudos vindos do teclado. É totalmente diferente da estética do rock mainstream da época, e simplesmente não havia nenhum compositor por aí montando esse tipo de arranjo. Portanto, o som geral, assim como as letras, eram totalmente novos e originais. Como eu cantava rock até aquele momento, para mim, foi uma revelação completa.
O produtor encarregado do arranjo final da música era um grande amante de club music, e eles estavam fazendo algo como o que agora é chamado de “gravação passo a passo” desde muito tempo.
Qual foi sua primeira impressão da letra?
Honestamente, pensei que fosse algum tipo de brincadeira. (risos) Mas, como eu conhecia Yukinojo Mori desde a adolescência, imaginei que ele fosse do tipo que faria algo tão maluco. Me pergunto se ele vai ficar bravo comigo por dizer isso? (risos)
Há também o fato de que, na época, a maioria dos letristas priorizava principalmente mostrar seu próprio estilo através de suas letras, enquanto Yukinojo Mori priorizava a diversão do cantor. Ele pensava que, se o cantor não sente que pode se divertir enquanto canta uma letra, então não passa de um poema. Na verdade, ele era próximo dos membros da banda Yonin Bayashi* desde o colegial, então sua maneira de pensar era, sem dúvida, rock’n roll. O pensamento de que fazer coisas que outras pessoas já estão fazendo é monótono e entediante é bastante central para seu personagem como criador.
Como um aparte, na verdade me perguntaram muitas vezes em entrevistas estrangeiras o que significa “chala hechala” em japonês. (risos)
Nota: Yonin Bayashi foi uma famosa banda de rock progressivo, conhecida em parte devido ao seu líder, Masahide Sakuma.
Quando você pensa sobre isso, é definitivamente uma frase estranha. (risos) A propósito, como você responde a essa pergunta?
Costumo dizer que “hechala” é meio que “sem problemas”, então “chala” está apenas enfatizando isso. Como dizer “sem qualquer problema”. (risos)
Voltando à nossa conversa original, parece que “CHA-LA HEAD-CHA-LA” realmente nasceu do talento único de Yukinojo Mori e da tendência do produtor da música de estar sempre atento às novas tendências musicais. Você pode nos contar sobre sua experiência em gravar a música?
Parecia um sopro de ar fresco e foi tão divertido cantar. Mesmo que a música fosse obviamente algo completamente novo, ainda havia muito rock ‘n roll nela. Como alguém que foi criado com bandas de rock britânicas como Deep Purple e Led Zeppelin, definitivamente tinha muitos elementos familiares.
Há o som surdo das guitarras à medida que você avança no refrão, depois o grande impacto dos instrumentais e vocais à medida que atinge! …É realmente muito difícil de descrever apenas com palavras. (risos)
Acho que você acertou em cheio. Há um acúmulo de tensão, depois uma liberação triunfante. Talvez o mais incrível, porém, é que no momento da gravação, você ainda estava trabalhando em um canteiro de obras.
Na verdade, eu já fazia esse trabalho há vários anos e, como ainda tinha quase 20 anos na época, era muito difícil, tanto mental quanto fisicamente. Eu estava fazendo isso porque não havia outra maneira de continuar tocando a música que eu amava enquanto sustentava minha família, então nunca pensei nisso como um fardo.
UMA SESSÃO DE GRAVAÇÃO COMO UM EXPERIMENTO CIENTÍFICO
Nós tocamos nisso brevemente antes, mas depois de “CHA-LA HEAD-CHA-LA”, vocês lançaram diversas faixas para “Dragon Ball Z”. Você deve ter gravado elas em um ritmo bem intenso, certo?
Sim, exatamente. Na época, a Columbia estava por trás de cerca de 70% de todas as canções de anime lançadas. Gravar três ou quatro músicas em um dia era uma ocorrência regular. Foi dia após dia de gravação.
Todo aquela cantoria certamente foi difícil, mas fazer tantas músicas também não deve ter sido fácil! Você pode nos contar um pouco sobre toda a equipe que esteve envolvida na criação das músicas para “Dragon Ball Z”?
Naquela época, o produtor musical da Columbia era o Sr. Uchida. Ele formou uma equipe especial que se concentrou especificamente na música para “Dragon Ball Z” chamada PROJETO “MONOLITH”.
Havia quatro cantores principais. Os cantores masculinos eram eu e Shinichi Ishihara, e as cantoras femininas eram KUKO (que se apresenta com o nome artístico de “Ikuko” atualmente) da banda Waffle, e YUKA. Em seguida, tinha o compositor de “CHA-LA HEAD-CHA-LA”, Chiho Kiyooka, e o programador de sintetizadores da Yellow Magic Orchestra, Hideki Matsutake. Por fim, Sakiko Iwamuro e Dai Sato ficaram a cargo das letras.
Esse é o Sato que atualmente trabalha como um renomado roteirista?
Esse mesmo. Quando estávamos todos juntos naquele time, ele estava fazendo a música “Dragon Ball Z” literalmente sem parar. Ele não estava fazendo música rock contundente, em vez disso, era sempre uma música áspera, mas de alguma forma refinada, que era bastante única no gênero de música de anime. Era tudo completamente original – assim como Dragon Ball.
Quando criança, me contentava em apenas ouvir as músicas como eram, então não percebi na época, mas realmente havia muitas músicas incríveis. Uma que vem à mente é “spacepeopleDBZ”, a música em que você fez rap!
Isso mesmo! Na verdade, a história por trás disso é que Dai fez parceria com Yoshinori Sunahara, também conhecido como “Marin”, da banda Denki Groove, e eles ficaram super entusiasmados em me fazer fazer rap. Fiquei bem surpreso! Quer dizer, era rap. (risos)
Quando cheguei no estúdio de gravação, ainda não tinha visto nenhuma letra nem nada, mas Dai começou a rolar o instrumental e disse algo super vago, tipo: “O ritmo é meio assim. Vamos tentar”. Parecia um pouco como um experimento científico.
Para “spacepeopleDBZ”, Sato e Marin estão listados como “STEREOTYPE” nos créditos, mas na verdade vocês três gravaram no estilo tentativa e erro.
Mas foi muito divertido. Como parte do processo de gravação, há uma etapa chamada “track down”*. Para isso, eu estava apenas assistindo do lado de fora, mas foi fascinante ver tudo acontecer.
Nota: “Track Down” é um processo que envolve pegar todos os componentes que foram gravados separadamente e compilá-los em uma peça enquanto faz os ajustes necessários em cada um.
Normalmente, um engenheiro de som fará ajustes com base nas instruções do produtor, mas para “spacepeopleDBZ” era apenas Marin como produtor e um amigo dele como engenheiro de som. Os dois ficaram na frente da mesa de mixagem dançando, comunicando-se vagamente com os olhos, aplicando diferentes filtros como se fossem DJs, e gravávamos algo, então eles ouviam, depois gravavam, depois ouviam e assim por diante. Os dois se envolveram demais e continuaram fazendo ajustes aqui e ali enquanto avançávamos.
Lembro-me de pensar que nunca tinha visto pessoas tão despreocupadas. Foi um grande choque cultural!
Isso é totalmente diferente da imagem padrão da sessão de gravação de uma música de anime!
Com certeza. Mas, embora eu tenha ficado bastante surpreso, não desgostei nem um pouco. Eu diria que experimentar algo tão distante quanto isso me ajuda hoje quando estou compondo. Por ter essa experiência, meu repertório como cantor de rock é mais amplo do que a maioria. Eu certamente me sinto assim quando entro em concursos de música e outras coisas.
O CANTOR COM QUEM HIRONOBU KAGEYAMA PENSOU QUE NUNCA PODERIA COMPETIR
Então essa é a história de um jovem criador fazendo de tudo para criar algo completamente original no gênero relativamente irrestrito de músicas de anime. Houve algum outro membro da equipe que você sentiu que teve um grande impacto em você?
Houve, sim. Quando ouvi a sessão de gravação de Shin (Shinichi Ishihara), lembro-me de pensar: “Honestamente, do jeito que as coisas estão agora, não há como superar esse cara quando se trata de uma música como essa.”
Em termos de músicas com um aspecto mais jovem, eu tinha certeza que poderia fazer um trabalho melhor, mas para as baladas mais lentas como “Aquarium no Yoru”, ou para músicas com um toque de funk como “E na E”, eu simplesmente não consegui fazer uma performance tão boa quanto a dele. Eu não queria nada mais do que encontrar uma maneira, alguma técnica, para ser capaz de cantar esse tipo de música.
Então, depois de conhecer alguém com esse tipo de talento, você fez seu próprio “treinamento” e aprimorou suas habilidades como cantor.
Pensando naquele período, acho que você poderia dizer que a quantidade profana de sessões de gravação pelas quais passei foi meu treinamento. (risos)
Mas suas baladas são incríveis também. A música que vocês apresentaram no evento do 30º aniversário, “Comet Library”, foi particularmente especial.
Kageyama: Eu também amo essa música. (risos) É o mesmo com o rap, eu realmente gostei do fato de que trabalhar em Dragon Ball me deu a oportunidade de cantar músicas fora do meu repertório normal.
Existe uma música em particular com a qual você sente uma certa afinidade?
Essa é uma pergunta difícil… Talvez “Marugoto” ou “MIND POWER…Ki…”. Mas também adoro músicas como “‘Ya’ na Koto ni wa Genki Dama!!” e “Unmei no Hi: Tamashii vs. Tamashii”. Embora isso realmente não limite as coisas. (risos)
Ah, e eu seria negligente em não mencionar meu dueto com KUKO, “Eien no Yakusoku”. Mesmo agora, eu sempre choro a ponto de não conseguir cantar sempre que performamos aquela música juntos.
Apenas ouvindo as músicas de Dragon Ball, os fãs podem desfrutar de toda a sua gama como artista.
Você poderia facilmente montar um show completo apenas com músicas de Dragon Ball. (risos)
APRESENTANDO “CHA-LA HEAD-CHA-LA” NOS HOTÉIS PRINCE E NAS CORRIDAS DE CAVALO
Tenho certeza que toda aquela gravação foi difícil, mas ao mesmo tempo vocês também viajavam e faziam muitos shows, como jantares em hotéis, certo?
Eles não eram exatamente jantares; mais como eventos familiares com shows de personagens e minhas próprias apresentações. Após a parte do show com pessoas vestidas como vários personagens, um cantor subia ao palco e cantava a música tema do anime relevante. É um pouco estranho mas, durante o Natal e a Golden Week*, senti-me num tour pelos Hotéis Prince do país. (risos)
Nota: Golden Week é uma semana no início de maio com muitos feriados nacionais japoneses.
Como uma peregrinação ao Hotel Prince japonês. (risos)
Exato. E ainda era anual!
Tenho certeza que você teve diversas experiências ao longo dos anos, mas há algum show que foi particularmente memorável?
Hmmm… Provavelmente a vez que eu me apresentei com Masako Nozawa (dubladora de Goku) no evento de corrida de cavalos absolutamente massivo da JRA. Na voz de Goku, Masako anunciou “Ei, pessoal! Obrigado por terem vindo! Kageyama está aqui hoje também!”. Então eu pulei e comecei a cantar “CHA-LA HEAD-CHA-LA”. Na verdade, muitas vezes há eventos familiares em grandes pistas de corrida.
Você E Masako Nozawa, isso soa espetacular…!
Então, se estamos falando de experiências no exterior, eu diria que quando toquei “CHA-LA HEAD-CHA-LA” no “Salón del Manga” em Barcelona, Espanha, e a multidão cantou o refrão comigo -em japonês! Sinceramente, fiquei impressionado com a paixão com que eles cantavam para mim. Foi incrível.
EU SOU O CANTOR DE “CHA-LA HEAD CHA-LA”
Os fãs são sempre enérgicos, mas mesmo que você esteja na casa dos 60 agora, você ainda está cheio de vida e não mostra sinais de desaceleração. O que te faz levantar de manhã?
Eu teria que dizer ‘curiosidade’. Recentemente, tenho estado um pouco obcecado em fazer o TOEIC*. Porém, minhas pontuações ainda são muito baixas. (risos)
Achei que adoraria poder falar um pouco mais com o público quando fizesse shows no exterior, e foi isso que me levou a bater na porta de uma escola local de conversação em inglês. Sempre achei meu inglês meio ruim, mas quando você entra no assunto, é muito divertido.
Nota: TOEIC é um teste padronizado internacional de proficiência em inglês para falantes não nativos.
Ter o impulso de seguir com sua curiosidade é incrível…! Acabou de me ocorrer agora, mas a curiosidade também desempenha um papel central em Dragon Ball, certo? É essa curiosidade de procurar aqueles que são mais fortes do que você que muitas vezes leva a história adiante. E se for esse o caso, então eu sinto que era mesmo pra você ser o cantor da música tema.
Eu era um fã de Dragon Ball desde antes de ser escolhido para cantar a música tema. Quando eu estava indo para meu trabalho de meio período no canteiro de obras, eu comprava a “Weekly Shonen Jump” e ficava empolgado lendo as últimas aventuras de Goku e seus amigos.
Quando se deparavam com um oponente muito mais forte do que eles, ficavam para baixo e deprimidos como qualquer pessoa normal. Então, depois de levarem uma surra, eles treinavam e treinavam e, eventualmente, superavam quaisquer obstáculo que enfrentassem lutando juntos. Esse processo de trabalharem duro e conquistar cada vitória me inspirou várias vezes.
É uma história poderosa, sem dúvida.
Depois que o LAZY se separou, entramos na era do metal japonês, e cantores com vozes agudas começaram a aparecer. No meio disso estava eu, com minha voz levemente rouca, um tanto imbuída de raiva juvenil, que não era aguda nem refinada como a de uma estrela pop. Eu estava realmente preocupado sobre como seria capaz de construir uma carreira.
Mas então tive a sorte de ser apresentado ao “CHA-LA HEAD-CHA-LA” rude, mas de alguma forma refinado, e, como resultado, encontrei meu caminho na vida. Nunca pensei que encontraria uma música que se encaixasse tão perfeitamente na minha voz!
Há momentos nos shows do JAM Project quando tocamos “CHA-LA HEAD-CHA-LA” juntos, mas mesmo que Fuku (Yoshiki Fukuyama), Endoh (Masaaki Endoh) e Dani (Hiroshi Kitadani) sejam cantores incríveis, quando eles cantam “CHA-LA HEAD-CHA-LA” simplesmente não é a mesma coisa. Isso sempre me faz pensar que essa é a minha música. Você poderia dizer que eu nem sou um cantor de anime, sou literalmente o cantor de “CHA-LA HEAD-CHA-LA”! (risos)
Entrevista e Artigo: Hisashi Maeda
Fotografia: Kayo Sekiguchi