Entrevista com Akira Toriyama no programa de TV “Sala da Tetsuko” em 1983

SALA DA TETSUKO (04 de maio de 1983)

ENTREVISTA COM AKIRA TORIYAMA

Entrevistadora: Tetsuko Kuroyanagi

Esta é a Sala da Tetsuko! Hoje, temos aqui o homem que desenha Dr. Slump, o quadrinho que é extremamente popular entre os pequenos e que todos assistem na TV como animação; e, em particular, mesmo que você não tenha visto, provavelmente já ouviu o nome “Arale-chan“. Meu convidado de hoje é o criador da Arale.

Para ser sincera, eu queria, na verdade, que ele viesse aqui mais cedo, mas no ano passado os anúncios de seu casamento e sua primeira colocação no ranking dos mais ricos do Japão (na categoria “outros”), vieram ao mesmo tempo, e as coisas ficaram uma confusão; e esse indivíduo muito puro ficou tímido em relação às outras pessoas e não quis mostrar seu rosto até agora.

Finalmente o trouxemos aqui! Meu convidado de hoje: o Sr. Akira Toriyama.

Toriyama: Ah, obrigado.

Tetsuko: Boa tarde.

Toriyama: Boa tarde.

Tetsuko: Muito obrigado por ter vindo.

Toriyama: De nada.

Tetsuko: Eu sinto que devo apresentá-lo como um mangaká…

Toriyama: Isso.

Tetsuko: (risos) Bem, você é um mangaká. Primeiro de tudo, os anúncios do seu casamento e o primeiro lugar no ranking das pessoas mais ricas vieram ao mesmo tempo; deve ter sido incrível, mas como você…?

Toriyama: Bem, sim. E pensar que isso iria acontecer… Um autor não é um grande nome no mundo do entretenimento, então eu não achei que as pessoas da mídia iriam ir ao casamento de um mangaká. Fiquei perplexo, já que só tinha visto esse tipo de coisa na TV.

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Hmm. Bem, eu não achei tão legal.

Tetsuko: Agora, então, você decidiu realizar uma cerimônia de casamento….

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Você não estava pensando em nada particularmente extravagante, e sim em algo simples.

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: E então veio o anúncio de ser o número um no ranking dos mais ricos do Japão…

Toriyama: Exato. Por pura coincidência, o dia seguinte ao ranking foi…. Bem, o lugar da cerimônia só estaria disponível no dia seguinte e eu nunca pensei que o ranking seria anunciado naquele momento, então foi coincidência atrás de coincidência, o que foi um pouco….

Tetsuko: E então você se tornou o número um no ranking dos mais ricos do Japão (na categoria “outros”), e isso resultou em… Bem, é o que estou fazendo aqui também, mas a comunicação de massa queria que você comentasse como se sentia com isso, então todos decidiram visitar sua casa e…

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: (risos)

Toriyama: Eu simplesmente pensei que um dos vizinhos havia parado para perguntar sobre o casamento e….

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Então eu disse: “O quê, é sobre o meu casamento?” E parece que foi assim que eles descobriram essa parte.

Tetsuko: Então eles pensaram: “Ah, ele também está se casando!” e então todos foram para a cerimônia?

Toriyama: Bem, sim.

Tetsuko: Oh, que coisa.

Toriyama: É…

Tetsuko: Nesse caso, todos devem ter ficado surpresos.

Toriyama: Sim, ficamos. Mas eu fui o mais surpreso com tudo isso.

Tetsuko: Mesmo assim, o casamento foi realizado sem incidentes?

Toriyama: Sim, felizmente.

Tetsuko: (risos) Parabéns.

Toriyama: Ah, nem mencione isso.

Tetsuko: Então isso significa que você é um recém-casado.

Toriyama: Sim, bem… já faz quase um ano.

Tetsuko: Me diga, sua esposa também desenha quadrinhos?

Toriyama: Sim. Na verdade, sua carreira em quadrinhos é mais longa que a minha.

Tetsuko: É sério? De fato, agora, ela está aqui hoje, bem na sua frente. É verdade que isso se chama “Sala da Tetsuko”, e não fazemos esse tipo de coisa com muita frequência, mas como sua esposa está aqui, gostaria de chamá-la.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Sra. Nachi Mikami; ela é muito fofa. Honestamente, eu peço pelo seu perdão. Ela simplesmente estava ali. Sendo chamado de “Sala da Tetsuko”, realmente deveria haver uma parede ali, mas, para filmar para a televisão, não tem, e ela está sentada bem na frente de onde o marido está. E seu marido, para se acalmar, olha para ela quando provavelmente está se sentindo um pouco tímido; então, por favor, me perdoem por ter tomado a liberdade de filmá-la. Sua esposa ainda desenha?

Nota: “Nachi Mikami” é seu pseudônimo como autora, sendo Yoshimi Katou o seu nome verdadeiro.

Toriyama: Bem, parece que ela não consegue desenhar muito agora. Nós nos casamos e ela não tem mais uma carreira, então está ocupada.

Tetsuko: (risos) Ela está…

Toriyama: Cuidando da casa…

Tetsuko: Ela é de Nagoya?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Ela diz que não pode fazer isso …

Tetsuko: Quadrinhos?

Toriyama: Que ela não pode mais fazer isso corretamente.

Tetsuko: (risos) Estou impressionada; você é bastante [tradicional]… Sua esposa desenha quadrinhos, mas ela abandonou sua carreira depois de se casar, então suas opiniões sobre o casamento devem ser….

Tetsuko: Certo. Agora, ela está focada em tarefas domésticas.

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Que ela não pode desenhar quadrinhos imediatamente. Que ela não pode fazer isso corretamente.

Toriyama: Mas às vezes ela me ajuda no meu trabalho.

Tetsuko: Ah, sério? Então ela deve ser muito boa.

Toriyama: Ela é uma salva-vidas a esse respeito.

Tetsuko:Diga, ela também deve saber sobre uma variedade de outras coisas, assim como você. O que é complicado e o que é difícil.

Toriyama: Essa é realmente a parte em que ela me ajudou mais. Se fosse alguém que não soubesse disso, bem… Por exemplo, quando estou inventando uma história, ela começa a conversar comigo sem reservas. Neste ponto – já que ela desenha também – parece que ela sabe quais partes são difíceis para mim.

Tetsuko: Nesse caso, você se casou com a pessoa certa.

Toriyama: Sim, com certeza. (risos)

Tetsuko: Mas por ser tão incrivelmente pura, quando se tratava de se casar, ela era outra mangaká que morava na prefeitura de Aichi, então vocês decidiram se encontrar, e o fizeram.

Toriyama: Nosso primeiro encontro?

Tetsuko: Sim.

Toriyama: Certo. Um parente da minha esposa morava na mesma cidade que eu, então entramos em contato. Algo assim quase nunca acontece, certo?

Tetsuko: (risos)

Toriyama: Eu pensei em conhecer alguém na mesma linha de trabalho.

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Sim. Então, cinco de nós, no mesmo ramo, se encontraram, naquela primeira vez….

Nota: Isso é mencionado em uma mensagem na página de título do capítulo 64 de Dr. Slump: “Os Motoqueiros do Amanhecer”, publicado pela primeira vez na Weekly Shōnen Jump em abril de 1981. As outras pessoas no jantar, além de Toriyama e sua futura esposa, eram: Hideharu Akaza, Mei Mizuhoshi, Chieko Takaoka e Shizu Makuri. Isso dá seis pessoas… então talvez Toriyama simplesmente tenha esquecido de contar a si mesmo.

Tetsuko: Pessoas que desenham mangás shōjo….

Toriyama: Isso. A maioria das pessoas que desenha mangás shōnen vai para Tóquio.

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Afinal, as pessoas que desenham mangás shōjo são mulheres, então há muitas pessoas que trabalham de longe.

Tetsuko: Entendo. Então você se encontrou com ela.

Toriyama: Sim.

Tetsuko: É claro que você mesmo é realmente puro, mas talvez, especialmente quando se conheceram, você tentou pegar essa pureza e…

Toriyama: Claro! Afinal, ela é mais velha do que eu.

Tetsuko: Entendo. Então, você brincou um pouco com essa pureza.

Toriyama: Não, não é que eu encenei ou algo assim.

Tetsuko: (risos)

Toriyama: Afinal, eu quase nunca tinha falado com mulheres.

Tetsuko: Oh.

Toriyama: Eu sou uma pessoa séria.

Tetsuko: Ah.

Toriyama: (risos)

Tetsuko: (risos) Esse tipo de coisa se reflete nos seus quadrinhos?

Toriyama: Hmm. Se é refletido ou não, não tenho certeza.

Tetsuko: De qualquer forma, Dr. Slump, no qual a Arale aparece, foi um grande sucesso, e começou em uma história em quadrinhos. Você começou com uma série, certo?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Em uma revista.

Toriyama: Correto.

Tetsuko: Uma série. Na Jump.

Toriyama: Sim. O Dr. Slump foi em série, mas bem no início eu comecei com um one-shot.

Tetsuko: Mas isso… eu deveria ter dito isso primeiro, mas através de uma variedade de eventos, o ímpeto que o levou a desenhar para Jump foi um editor de lá. Seu nome é Toriyama, mas como é chamado seu editor na Jump?

Toriyama: O nome dele é Torishima.

Tetsuko: Certo.

Toriyama: “Sr. Torishima”. Fica um pouco confuso.

Tetsuko: Você é Toriyama, e seu editor-supervisor na Jump é Torishima.

Toriyama: Isso.

Tetsuko: E foi com ele pedindo para você desenhar algo…

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: Como um one-shot.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: E o one-shot foi um sucesso?

Toriyama: Não, parece que não foi bem.

Tetsuko: Oh. De que maneira você descobriu que não foi bem?

Toriyama: Uh… bem, na frente da revista, existe um formulário de pesquisa para preencher.

Tetsuko: Hmm.

Toriyama: Eles dizem para você circular os que foram interessantes.

Tetsuko: Hmm.

Toriyama: E quando você contabiliza tudo, você sabe, estava absolutamente morto em último.

Tetsuko: (risos) Absolutamente morto por ficar em último.

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Estar “absolutamente morto por ficar em último”, significa que não era interessante; esse tipo de coisa?

Toriyama: Exato. Aparentemente, não foi bem recebido.

Tetsuko: Mas esse homem, o Sr. Torishima, tem muita coragem. Então, continuando, ele disse…

Toriyama:: Sim. Ele me disse coisas como: “Tente desenhar algo um pouco mais interessante”. Porque eu não tinha desenhado muitos quadrinhos até então.

Tetsuko: É verdade. Normalmente, um autor que vende tão bem assim, alguém que começou uma série, com certeza teria recebido algum prêmio de mangá, ou teria crescido enviando quadrinhos; esse é o padrão normal. Mas no seu caso, você não teve nada disso antes.

Toriyama: Exatamente. Eu estava trabalhando em uma empresa.

Tetsuko: Que tipo de empresa?

Toriyama: Era como uma agência de publicidade; fazendo designs, desenhando ilustrações e coisas assim.

Tetsuko: Mas nesse caso, você ao menos gostava de desenhar, certo?

Toriyama: Sim. Eu pelo menos gostava de desenhar. Ou melhor, acredito que era nisso que eu era bom.

Tetsuko: Então você desenhava desde pequeno?

Toriyama: Hmm. Bem, no nível de desenhar um pouco mais do que a média das pessoas, eu acho.

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Meus livros estavam relativamente cheios de rabiscos.

Tetsuko: Oh. Mas você diz que não era o tipo de garoto que lia muitos quadrinhos ou publicava os seus.

Toriyama: Certo. Tenho lembranças de ler quadrinhos quando eu estava na escola primária, mas só isso.

Tetsuko: (risos) Isso foi há bastante tempo.

Toriyama: É mesmo.

Tetsuko: Não é?

Toriyama: Então, eu tenho essa enorme lacuna no meio.

Tetsuko: Bem … De qualquer forma, pensei que talvez pudéssemos conversar sobre isso em algum momento, mas você começou a série e a primeira impressão do volume encadernado foi de 1,9 milhão de cópias. Na primeira impressão.

Toriyama: Ah… Eu ouvi sobre isso.

Tetsuko: É um número incrível. Mesmo para quadrinhos, a primeira impressão ter sido de 1,9 milhão… E agora, existem nove volumes.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: No total, são 22.480.000 cópias.

Toriyama: Sério? Tudo isso?

Tetsuko: É incrível. Mas, ficar em primeiro lugar no ranking dos ricos no Japão, acima de todas as outras pessoas em seu ramo, no 35º lugar em todo o Japão, é realmente incrível, não acha?

Toriyama: Creio que sim? Bem, coisas como dinheiro, eu não consigo imaginar, então…

Tetsuko: Certo? E, vivendo em Nagoya, você não deve ter muita noção de quão bem está sendo vendido?

Toriyama: Sim. Então, quando venho a Tóquio, em momentos como esse, vendo as livrarias cheias de exemplares, penso: “Bem, acho que está vendendo mesmo, hein”…

 

NOTA IMPORTANTE: Uma parte da entrevista pode estar faltando em nossa tradução neste ponto devido ao conteúdo do vídeo de origem, onde parece existir um corte, então Tetsuko mudou o assunto para as cartas dos fãs.

 

Tetsuko: Então você recebeu caixas de papelão cheias de cartas…?

Toriyama: Bem, sim. No máximo, eu conseguia lidar com cerca de 10, então me perguntei como responderia a todas elas. Elas vieram de uma só vez em uma caixa de papelão, o que me surpreendeu.

Tetsuko: Ah.

Toriyama: Porque no começo eu escrevi descaradamente: “Definitivamente vou responder às suas cartas!”, Então….

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Mas já foi difícil apenas ler todas elas.

Tetsuko: Ainda assim, para tantas pessoas começarem a lê-lo, mesmo que suas classificações nas pesquisas não tenham sido boas no começo, quanto…?

Toriyama: Vejamos. Bem, com relação à história em quadrinhos de Dr. Slump, acho que estava indo muito bem desde o início.

Tetsuko: Ah, entendo.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Nesse caso, aquele que você enviou no início, e que não se saiu bem na pesquisa, era diferente?

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: Um diferente, certo.

Toriyama: Enfim, o primeiro que foi realmente publicado.

Tetsuko: Ah. Relendo esse agora, é legal? O que você acha?

Toriyama: Não, não é nada interessante.

Tetsuko: (risos)

Toriyama: É embaraçoso.

Tetsuko: Oh, sério?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: E então, durante um ano, você diz que foi constantemente rejeitado?

Toriyama: Isso mesmo. Não importa o quanto eu desenhasse… embora eu mesmo não tenha levado muito a sério.

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Era algo que eu nunca havia desenhado antes, então percebi como estava ficando cada vez melhor, o que era interessante.

Tetsuko: Como era seu estilo de vida durante esse tempo?

Toriyama: Naquela época?

Tetsuko: Sim.

Toriyama: Bem, eu estava praticamente desempregado, então…

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Então, eu dizia coisas como: “Mãe, vou comprar alguns cigarros; pode me dar 150 ienes? ”

Tetsuko: Entendo.

Toriyama: Sim. Ou: “Quero ir a uma cafeteria, então preciso de 200 ienes”.

Tetsuko: Esse tipo de estilo de vida?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Mas durante esse tempo, como me disse agora, você estava desenhando uma quantidade incrível – algumas centenas de imagens – e você aprendeu a maior parte com isso?

Toriyama: Isso mesmo. Porque eu desenhei cerca de 500 páginas. Eu acho que, durante esse tempo, minhas habilidades estavam realmente melhorando aos trancos e barrancos.

Tetsuko: Mas durante essa época, aquele homem, o Sr. Torishima, seu editor, ele deve ter lhe dado um pouco de incentivo; ajudado de várias maneiras, certo? Durante todo esse tempo. Não?

Toriyama: Ele me incentivou, ou melhor… quando eu desenhava algo e o enviava, ele dizia coisas como: “Isso não está bom; não é nada interessante”.

Tetsuko: (risos)

Toriyama: “Por que você não desenha algo mais interessante?” Ele dizia.

Tetsuko: Ah. E então você voltava direto ao trabalho?

Toriyama: Exatamente. Eu sou o tipo de pessoa que realmente não gosta de perder, então eu repetiria esse ciclo, de ele dizendo que não era interessante, eu me irritando e desenhando novamente, e enviando, de novo e de novo.

Tetsuko: E isso durou cerca de um ano.

Toriyama: Sim. Por fim, desenhei uma história de cientista louco, e ele me disse: “Por que não transformar a garota – o robô que ele constrói – no personagem principal?” E foi assim que Dr. Slump começou.

Tetsuko: Oh. Então o Dr. Norimaki… Norimaki… Senbei Norimaki, é o nome dele….

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: Esse é o nome que pertence ao doutor e, a partir daí, você deu o nome de “Arale”, da bolacha de arroz senbei, arare…

Toriyama: Sim.

Tetsuko: E então, ela é chamada de Arale-chan.

Toriyama: Isso.

Tetsuko: Nossa. O que o levou a pensar em chamá-lo de “Senbei Norimaki”?

Toriyama: Bem, eu não tinha pensado em nada; eu meio que pensei que algo que terminasse em “-bei” parecia antiquado e engraçado. E nesse caso, eu poderia muito bem chamá-lo de “Senbei”, e depois disso, pensando em um sobrenome, chamá-lo de “Norimaki” seria bem engraçado, então o fiz.

Tetsuko: Ah, é por isso que ele se chama “Senbei Norimaki”.

Nota: “Norimaki Senbei” é um biscoito de arroz envolto em algas marinhas.

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: Escrito em caracteres, porém, parece um nome extremamente antiquado.

Toriyama: Exato.

Tetsuko: E uma vez que essa personagem, a Arale, foi apresentada, foi muito, extremamente… bem, você sabe, os produtos da personagem mostram o quão popular ela tem sido; somente em produtos dela, são cerca de 800 diferentes?

Toriyama: Bem…

Tetsuko: Mais?

Toriyama: Bom, eu ouvi falar que é por volta disso.

Tetsuko: De qualquer forma, é claro que existem todos os tipos de bonecas, mas também pranchetas, estojos e….

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: Simplesmente de tudo. Até bolsas e tal.

Toriyama: A tal ponto que toda vez que tiver um filho, não precisarei comprar material escolar.

Tetsuko: Você sempre recebe amostras de produtos?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Tanto que nem tudo cabe na sua casa, certo?

Toriyama: Certo. Antes… Bem, agora construímos uma casa nova, mas até então, era um lugar bem pequeno e não cabia tudo, então, na verdade, alugamos outra casa e os colocamos lá.

Tetsuko: Nesse caso, também deve ter itens grandes?

Toriyama: Claro.

Tetsuko: Coisas como piscinas e tal?

Toriyama: Isso. Piscinas, futons….

Tetsuko: Tudo da Arale?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: (risos) Nossa.

Toriyama: Só de olhá-los, fiquei desconfortável.

Tetsuko: Oh, querido.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Mas eles não estão constantemente procurando você, dizendo: “Gostaríamos de fazer isso, gostaríamos de fazer aquilo”?

Toriyama: Bem, não. Mais como: “Nós fizemos isso, o que você acha?”

Tetsuko: Mas, bem, eu realmente não sei, mas você deve dar o OK, então?

Toriyama: Não, tenho minhas mãos ocupadas apenas desenhando o quadrinho, então esse tipo de coisa eu deixo para pessoas como o meu editor, o Sr. Torishima.

Tetsuko: Ah, entendo.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Ainda assim, 800 tipos diferentes… Uma coisa é dizer isso dessa maneira, mas há tantas coisas diferentes… Apenas dizendo “essa coisa, aquela coisa e aquela outra coisa”, ainda são apenas três itens.

Toriyama: Acho que sim.

Tetsuko: Ter 800 deles é incrível. Nesse caso, assim que tiver um filho, você terá tudo o que precisa, certo?

Toriyama: Sim. Mas eu realmente não posso usá-los, posso?

Tetsuko: Por que não?

Toriyama: Bem, eles dirão: “Isso é embaraçoso!” ou “Não é uma história em quadrinhos de muito tempo atrás?” ou “Isso não é legal!” Então eu não posso usá-los.

Tetsuko: (risos) Você está olhando para sua esposa, pelo que vejo. (risos) Agora, sua esposa foi mangaká há pouco tempo, e você disse que ela o ajudou várias vezes, mas você a consulta sobre qualquer coisa enquanto desenha, esse tipo de coisa?

Toriyama: Bem, às vezes. Tipo: “Gostaria de saber se isso vai ser interessante”, e tal.

Tetsuko: Ah…

Toriyama: Sim. Afinal, minha esposa tem mais conhecimento do que eu sobre roupas, esse tipo de coisa.

Tetsuko: Entendo. Roupas e coisas do tipo.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Ah, a Arale…

Toriyama: Tipo isso. “Eu desenhei roupas assim, mas você acha que elas são estilosas?”

Tetsuko: (risos)

Toriyama: E ela me diz: “Elas não são estilosas, de jeito nenhum”.

Tetsuko: Realmente. (risos) Mas a Arale é assim, não é? Bem, pra começar, ela tem muitos tipos de roupas, como mostramos agora.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Uma variedade de, bem… isso são chapéus. E com isso, ela pode fazer uma variedade de coisas diferentes, certo? Esse robô. Ela é uma robô, não é? A Arale. Tão bonitinha.

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Certo.

Toriyama: Bem, acho que não seria legal se ela usasse a mesma roupa todas as vezes.

Tetsuko: Ah.

Toriyama: Então, dependendo da ocasião, eu apenas troco a roupa, com base no meu humor.

Tetsuko: Oh. Nesse caso, é por isso que ela tem esse tipo de chapéu?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: E quando ela for sair, pode mudar para tipos diferentes.

Toriyama: Isso, isso.

Tetsuko: (risos) Tão fofa. Enfim, existem tantas coisas diferentes. Mas a história por trás desse óculos da Arale também é bastante interessante.

Toriyama: Sim, bem, eu pensei que um robô usando óculos seria bobo, e que não existiam muitas garotas de óculos como protagonistas, e também, quando eu desenho meninas, elas acabam tendo o mesmo rosto, então dei-lhe óculos para dar uma característica distintiva.

Tetsuko: Oh. Mas quando se pensa sobre isso, também acho muito bom ter todas essas crianças achando que uma garota que usa óculos é fofa.

Toriyama: Sim. Não sei se tem alguma coisa a ver com meus óculos. Mas estou feliz por haver muitas garotas que usam óculos.

Tetsuko: Eu concordo.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Então, para aquelas garotas que usam óculos, é muito bom que elas gostem disso… dessa personagem.

Toriyama: Sim. Haviam cartas dizendo que elas sempre se envergonhavam de usar óculos, mas agora isso não as incomoda tanto. Eu gostei disso!

Tetsuko: Nossa.

Toriyama: Fiquei muito feliz em conseguir isso.

Tetsuko: Digo o mesmo.

Toriyama: Certo.

Tetsuko: Ainda assim, quis dizer que mesmo tendo a ideia de que seria engraçado se aquela robô usasse óculos, você pretendia eventualmente se livrar deles?

Toriyama: Isso mesmo. É uma tarefa árdua desenhar os óculos, então pensei em eventualmente me livrar deles, mas se tornaram seu traço distintivo, então eu não pude mais tirá-los.

Tetsuko: Oh. Ao ponto de que, mesmo que um artista, ou um jovem cantor, se algum deles usa óculos grandes, todos dizem que se parecem com a Arale, então você realmente não pode mais voltar atrás com isso.

Toriyama: Sim, exatamente.

Tetsuko: Óculos da Arale.

Toriyama: Certo. Porque eles são uma de suas características especiais agora.

Tetsuko: Agora, hoje é a sua primeira vez vindo em um estúdio de televisão?

Toriyama: É a minha primeira vez.

Tetsuko: O que você acha? Como se sente sobre o estúdio de TV? Dê-nos sua opinião honesta.

Toriyama: Bem, eu não pensei que você trabalharia em um espaço tão grande assim. Eu realmente pensei que você gravava em uma de verdade.

Tetsuko: Ah. Então, no caso, na minha sala.

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Seria legal se fosse tão grande quanto uma sala mesmo. E realmente, em termos de número de salas normais que caberiam neste espaço, esta seria uma sala realmente grande.

Toriyama: É verdade.

Tetsuko: As janelas também são grandes. Isso é na verdade uma parede, sabe? A área com o céu azul. Para ser perfeitamente franca.

Estúdio: (todos riem)

Toriyama: Entendo.

Tetsuko: Certo.

Toriyama: Normalmente, haveria céu do outro lado, não é?

Tetsuko: Certo. No entanto, é tudo uma ilusão para a TV. Fazemos com que pareça o céu, para que aqueles que assistem em casa pensem que esse tipo de casa aberta é bastante rara; então, no mínimo, faríamos esse tipo de… Nós mudamos muitas coisas no cenário, colocando várias janelas e outras coisas. No entanto, este é o estilo mais estabelecido para isso. Mas, há uma variedade de pessoas aqui, para fazer comerciais e coisas do tipo, mas você nem pensou que teria algo assim?

Toriyama: Bem, eu não pensei que haveria tantas pessoas que poderiam me ver. Cara, isso me deixa nervoso.

Tetsuko: Estar na TV…

Toriyama: É embaraçoso.

Tetsuko: Mas quando você realizou seu casamento, deve ter havido repórteres lá, certo?

Toriyama: Sim, havia. Uma “conferência de imprensa”, como você chamaria, esse tipo de coisa.

Tetsuko: Oh, sério?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Então, o [repórter de celebridades Masaru] Nashimoto, pessoas assim estavam lá?

Toriyama: Bem… acho que não os vi.

Tetsuko: Ah….

Toriyama: Eu não acho que meu casamento seja realmente tão importante assim.

Tetsuko: Então, houve algum tipo de pergunta das pessoas presentes?

Toriyama: …sim. De todo tipo.

Tetsuko: Que tipo de pergunta você mais recebeu?

Toriyama: Que tipo de pergunta… bem, foi logo após o anúncio de “O mais rico do Japão”, então realmente coisas como: “Dinheiro, isso, dinheiro aquilo”…

Tetsuko: Ah… Desse tipo?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: É difícil, mesmo eu estando na comunicação de massa.

Toriyama: Bem, é complicado. E não achei que, na comunicação de massa, mangakás eram vistos dessa forma.

Tetsuko: Muito menos se você desenhar algo sem se importar com a situação.

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: Claro. Você ficou surpreso. E é estranho que todos se preocupem com os hábitos de gastos de outras pessoas.

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Agora vamos fazer uma pausa comercial.

Toriyama: OK.

 

Tetsuko: Sr. Akira, você é extremamente sério sobre seus hobbies, e eu entendo que, quando você começa a jogar videogame, fica bastante imerso neles.

Toriyama: Isso mesmo. Sou relativamente sério sobre eles, ou melhor, sou o tipo de pessoa que só pode fazer uma coisa de cada vez. Então, acabo fazendo apenas isso.

Tetsuko: E então o que acontece com seus quadrinhos?

Toriyama: Houve momentos em que não cumpri meu prazo.

Tetsuko: E também, isso é tão fofo, mas eu entendo que quando há algo que você quer, você desenha no seu mangá, imagem após imagem?

Toriyama: Hmm. Eu sou bem persistente. Há algum tempo, eu queria um carro e desenhei aquele carro no que devem ter sido centenas de ilustrações.

Tetsuko: O quê?!

Toriyama: “Poderia ser legal se fosse dessa cor”, e assim por diante.

Tetsuko: (risos)

Toriyama: Minha esposa ficou impressionada.

Tetsuko: Então, você os colocava em volta da casa? Como se dissesse: “Eu quero isso!”.

Toriyama: Sim. Dizendo coisas como “Isso seria legal, não seria?” Então, depois de mostrá-la não sei quantas, ela finalmente me disse: “Tá, tudo bem!”.

Tetsuko: Mas, para desenhar duzentos ou trezentos, você deve estar desenhando bastante entre os seus trabalhos?

Toriyama: Isso mesmo. No meio, ou melhor, reduzi o meu tempo de trabalho fazendo isso.

Tetsuko: Sempre que você quer alguma coisa.

Toriyama: Exato.

Tetsuko: E ouvi dizer que quando você queria um pássaro, não desenhou nada além disso, certo?

Toriyama: Certo. Aparentemente, sou assim desde pequeno; quando eu queria um cavalo, não desenhava nada além de fotos de cavalos e assim por diante.

Tetsuko: Nossa. Você ficaria bom nisso, não é? Desenhando centenas de imagens.

Toriyama: Isso mesmo. Eu sempre desenhava a mesma coisa, então realmente achei que ficaria um pouco melhor.

Tetsuko: Então, dizendo que você quer um carro, você o desenha e precisa comprá-lo?

Toriyama: Sim. Finalmente consegui o OK e, graças a isso, pude comprá-lo.

Tetsuko: Bem, mas como você desenhava tantos carros, sua esposa foi até sua mãe e disse: “É tipo isso; ele está desenhando várias figuras”, e então sua mãe…

Toriyama: Tem sido assim há séculos. (risos)

Tetsuko: (risos) Desde criança, você quer dizer. Nossa. E você ainda tem algo que deseja agora, certo?

Toriyama: Bem, agora eu quero essa pequena moto, então eu estou desenhando apenas isso.

Tetsuko: (risos) Você deveria ter trazido um com você hoje. “Eh? Você quer algo assim?

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Então, mesmo dizendo que você mostra para todos na casa, acaba por mostrar principalmente para sua esposa?

Toriyama: Bem, quase sempre é para ela, mas às vezes eu mostro para meu jovem assistente e ele diz coisas como “Isso é legal, não é?”

Tetsuko: Que adorável.

Toriyama: Não, não.

Tetsuko: E quando você finalmente consegue, o que acontece?

Toriyama: Quando eu consigo, o tema dos meus desenhos passa para a próxima coisa.

Tetsuko: Entendo. Nesse caso, aquela pequena moto?

Toriyama: Isso mesmo. Afinal, eu quero ela.

Tetsuko: Hmm. Você ainda não conseguiu a permissão?

Toriyama: Bem, eu basicamente consegui o OK.

Tetsuko: Hum. Mas…

Toriyama: No entanto, é uma moto real. Uma que nem chegaria a 100.000 ienes.

Tetsuko: Mas você realmente é assim com uma variedade de coisas?

Toriyama: Isso mesmo. Se for muito caro, sabe? Eu tenho sido muito econômico com dinheiro há muito tempo, então não posso comprar algo se for muito caro. Eu não sou tão corajoso.

Tetsuko: Mas, até carros, e tal. De qualquer forma, não gostando de pessoas, ou melhor, não gostando muito de estar entre as pessoas, quando você sai, não tem muito o que fazer com um carro; certo?

Toriyama: Certo. Apesar de ter ido em frente e comprado, mal consigo entrar nele. Embora seja também porque estou ocupado com o trabalho. Além disso, não gosto muito de andar de carro; portanto, quando não preciso dele para algo – ir ao supermercado e assim por diante – não o uso.

Tetsuko: Você vai com sua esposa?

Toriyama: Sim. Eu gosto um pouco de ir aos supermercados.

Tetsuko: É mesmo? Tem muitas coisas interessantes?

Toriyama: Sim, sim. Há todo tipo de coisa sob o mesmo teto, então é muito divertido quando eu dou esses passeios por eles.

Tetsuko: Em que parte de Nagoya você mora?

Toriyama: Eu não moro na cidade. É um pouco … para que lado seria? Norte, talvez? Eu acho que seria norte ou oeste. De qualquer forma, eu andava pelos supermercados e por aí, no interior, e acabava me cansando de ir até lá, então eu iria a um supermercado diferente na próxima vez.

Tetsuko: Então, com o carro que você passou tanto tempo desenhando nas imagens, porque queria tanto, você faz rondas nos supermercados?

Toriyama: Isso. (risos)

Tetsuko: Bem, é claro que, mesmo que você vá a 10 minutos do centro de Tóquio, ainda há um número razoável de estradas, mas onde você está, a cerca de 10 minutos, é bastante…

Toriyama: Bem, é verdade, porque se você andar 10 minutos de trem, depois só verá arrozais e campos. Nas poucas vezes em que venho a Tóquio, é inacreditável. Não importa quantos minutos você viaje de carro, ainda existem grandes edifícios. É chocante!

Tetsuko: Mas, é claro, você se sente mais relaxado quando volta para casa, certo? Mais do que quando você está em Tóquio.

Toriyama: Sim, é verdade. Eu não sou o tipo de pessoa que gosta muito de multidões. Não há muitas pessoas lá em casa, para que eu possa me sentir bem à vontade.

Tetsuko: Mas, quando você vem a Tóquio e olha as livrarias assim, Dr. Slump está simplesmente empilhado nas prateleiras.

Toriyama: Sim.

Tetsuko: Então a sensação de “Ah, aí está” – deve chegar mais em Tóquio, certo?

Toriyama: É verdade. Afinal, quando olho para a livraria do meu bairro, penso: “Aposto que eles estão apenas vendendo porque se sentem obrigados”.

Tetsuko: Hmm. Mas, olhando para o futuro – agora, até o Volume 9, como mencionei antes, é um número incrivelmente grande de 22,48 milhões de cópias impressas, e você ainda continuará sua série, então ficará ainda maior.

Toriyama: Certo. Acho que provavelmente posso continuar desenhando por pelo menos um pouco mais.

Tetsuko: Mas já se passaram três anos e quatro meses desde que você iniciou sua série na Jump.

Toriyama: Isso mesmo.

Tetsuko: E estou ciente que você não tirou nem uma semana de folga.

Toriyama: Sim, não tive nenhuma. Na verdade, você não vê muitos autores que fazem pausas.

Tetsuko: Toda semana?

Toriyama: Sim, toda semana.

Tetsuko: Certo? Isso é bastante – quantas páginas você geralmente…?

Toriyama: Geralmente cerca de 13 ou 15 páginas, mas estou realmente agradecido pelo número de páginas ser relativamente baixo, pois é um mangá de comédia.

Tetsuko: Mas deve demorar um pouco para pensar nas piadas, né?

Toriyama: Isso mesmo. E ao continuar por mais de três anos, você realmente começa a ficar sem material.

Tetsuko: Mas quando você começou, foi rejeitado um pouco, então deve ter havido bastante material naqueles que foram rejeitados.

Toriyama: Isso é verdade. Embora eu já tenha conseguido usar muito disso.

Tetsuko: Hora de um rápido comercial.

 

NOTA IMPORTANTE: Uma parte da entrevista pode estar faltando novamente em nossa tradução neste momento, devido ao conteúdo do vídeo de origem. Por outro lado, é possível que seja simplesmente assim que o programa voltou do intervalo comercial. É impossível, para nós, determinar de forma precisa sem acesso a uma gravação ininterrupta da transmissão.

 

Tetsuko: …então é assim, mas dado que você tem tantas caixas cheias de cartas chegando que você não consegue respondê-las, que aspecto… temos a Arale e uma variedade de outros personagens que aparecem, mas que aspecto você acha que ressoou com as crianças?

Toriyama: Vejamos. Eu acho que é por ser realmente leve e fácil de ler. Eu mesmo não consigo pensar em nada que seja muito complicado, então não prossigo com nada difícil, o que acho que facilita a leitura.

Tetsuko: Bem, você diz que recebeu até cartas dizendo: olhando para a Arale e lendo, mesmo que odeiem estudar, conseguem relaxar?

Toriyama: É verdade. Eu acho que é provavelmente porque eles podem ir para um mundo diferente.

Tetsuko: Como Arale é um robô, ela pode fazer uma variedade de coisas, não é?

Toriyama: Sim, relativamente falando. Tirando voar.

Tetsuko: Ah, então todo mundo também gosta desse aspecto?

Toriyama: Sim. Acho que devem se sentir bem. Como ela ser muito forte. Ela faz coisas inesperadas.

Tetsuko: Hmm. Então, nesse caso, Sr. Toriyama, você também está colocando todo o seu esforço na Arale agora?

Toriyama: Deixe-me ver. Bem, já faz um bom tempo desde que eu comecei, então é como se a Arale se movesse por conta própria.

Tetsuko: Lendo desde o início, as proporções corporais dela, acho que você poderia dizer, mudaram um pouco, não? Um momento atrás, ela apareceu na tela brevemente, mas aquela foi relativamente antiga, e parece que essa é a Arale de agora; o corpo é meio…

Toriyama: Ela tem cerca de uma cabeça e meio de altura.

Tetsuko: Certo? Então, acredito que ela é mais fofa quando está assim? A que surgiu há um momento, do começo da obra, seu rosto é menor.

Toriyama: Sim, ela tem cerca de três cabeças aqui.

Tetsuko: Isso realmente é ….

Toriyama: Desenhando, eu não percebi, mas esse tipo de cartas aumentou, então pensei: “Não tem como isso estar certo!”. Mas quando voltei e olhei para o material antigo, realmente era completamente diferente.

Tetsuko: Entendo. Entre a de antes, sem chapéu, e essa aqui com chapéu, mesmo sendo a mesma garota, as dimensões são consideravelmente…

Toriyama: Acho que deve ter ficado assim porque, por correr em painéis apertados, as proporções mais curtas facilitam a compreensão do movimento como um todo.

Tetsuko: Mas certamente, é claro, no que diz respeito aos quadrinhos, e é verdade também para o teatro de marionetes, antes de haver Boo Foo Woo, e em Boo Foo Woo, as cabeças realmente são incrivelmente grandes. Talvez cerca de um terço deles seja a cabeça. E aquele próximo à Arale agora é um personagem relativamente novo, certo?

Nota: Boo Foo Woo era um espetáculo infantil de teatro de marionetes que foi ao ar na NHK de 1960 a 1965. Os personagens-título, Boo, Foo e Woo, são um trio de irmãos leitões em um cenário baseado em Os Três Porquinhos. Tetsuko provavelmente menciona isso porque ela mesma dublou Woo, o irmão mais novo, que morava em uma casa de tijolos.

Toriyama: Certo. É um personagem chamado Obotchaman.

Tetsuko: Obotchaman. (risos) De alguma forma, este parece um pouco familiar.

Toriyama: Ele é do rival do Dr. Senbei, Dr. Mashirito, que é o nome de seu modelo, Torishima, ao contrário: “Mashirito”.

Tetsuko: Ah, então ele é o “Mashirito”. Agora eu entendi.

Toriyama: Ele é o robô que o doutor fez – feito para se opor a Arale, exatamente no mesmo plano que ela.

Tetsuko: Ele parece um pouco com o Astro Boy.

Toriyama: Isso é verdade. As pessoas costumam me dizer isso. Como o penteado…

Tetsuko: Bem, foi bom você comparecer e compartilhar todas essas histórias conosco. Não crescendo enquanto desenhava quadrinhos e não tendo conquistado nenhum prêmio, aparentemente até você se surpreendeu por Dr. Slump, a série que de repente começou a desenhar, ter uma popularidade tão incrível. No entanto, você ganhou o 27º Shogakukan Manga Award depois de começar a desenhar Dr. Slump.

Toriyama: Isso mesmo. Foi a primeira vez que recebi um prêmio.

Tetsuko: Como foi?

Toriyama: Realmente me deixou feliz.

Tetsuko: E um obrigado à sua esposa por ter aparecido também…

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