O capítulo 5 do mangá de Dragon Ball Super reúne cenas idênticas do capítulo 2 de Dragon Ball AF!
O mangá de Dragon Ball Super começou a ser serializado na edição de agosto de 2015 da revista VJUMP, lançada em 20 de junho, duas semanas antes do lançamento do anime, que ocorreu no dia 05 de julho.
Apesar de muitas controvérsias sobre a função do mangá em relação do anime, visto que há uma discussão ferrenha entre os fãs de que defendem e discordam de que mangá tem como função exclusiva a de promover a série animada (tal como aconteceu com a quadrinização oficial de Fukkatsu no F, que encerrou sugerindo a todos que assistissem a conclusão nos cinemas), o fato é que tanto o anime quanto o mangá são adaptações baseadas em um roteiro escrito pelo próprio Akira Toriyama, onde os responsáveis de cada mídia possuem a liberdade artística (e interesses próprios) para implementarem seus estilos e linguagens.
Em miúdos, toda a produção do anime de Dragon Ball Super cabe a TOEI, enquanto o mangá possui a arte de Toyotarō (とよたろう) e o dedo da SHUEISHA, que é a editora responsável.
Toyotarō é o conhecido autor dos mangás de Dragon Ball Heroes: Victory Mission, que estreou em 2012 na edição de novembro da revista VJUMP. E também foi o responsável pela quadrinização do filme Dragon Ball Z Fukkatsu no F, lançado em 2015 como uma série de três capítulos da revista VJUMP. Mas Toyotarō é também lembrado por um outro trabalho que sacolejou os anos 2000: Dragon Ball AF.
Toyotarō é considerado o atual pseudônimo de Toyble (pronuncia-se Toiburu, e que também é um pseudônimo). Ele foi responsável por um dos mais famosos dōjinshis (fanfics) de Dragon Ball AF já existentes. Lançado em 2006 em seu blog pessoal, o dōjinshi de Toyble se tornou um verdadeiro divisor de águas entre as histórias feitas por fãs que tentavam contar novas aventuras para Goku e companhia.
Não foi Toyble responsável pela criação do HOAX de Dragon Ball AF, tampouco o responsável pelos primeiros dōjinshis/ fanfics que surgiram na internet relacionados a sigla, mas indiscutivelmente a sua proposta de Dragon Ball AF se tornou uma das mais populares, principalmente por causa do seu estilo marcante e parecido com o do próprio Akira Toriyama, como muitos na época comparavam.
Toyble encerrou as atividades do seu blog no dia 10 de agosto de 2013, alegando estar envolvido em outros projetos, que por sinal não foram revelados. Paralelamente a isso, o contratado pela Shueisha desde 2012, Toyotarō, estava envolvido com adaptações oficiais em mangá do jogo Dragon Ball Heroes. E como a imagem de despedida de Toyble fazia alusão ao personagem Beat, de Dragon Ball Heroes, os fãs de Dragon Ball rapidamente associaram e assumiram que Toyotarō e Toyble eram na verdade a mesma pessoa.
Apesar de Toyotarō/ Toyble ser reconhecidamente um aficionado pelas obras de Akira Toriyama – em sua quadrinização oficial de Fukkatsu no F, Toyotarō colocou junto aos “anjos” que infernizavam Freeza, alguns personagens de outras obras pouco populares entre os fãs -, além de possuir atualmente estilos e técnicas muito mais apuradas que os de sua época em Dragon Ball AF, parece que o mangaká ainda não se desprendeu totalmente de seu passado, pois constatamos que as primeiras páginas do quinto capítulo de Dragon Ball Super são extremamente parecidas com as primeiras páginas do segundo capítulo de Dragon Ball AF (“O Outro Mundo”).
No capítulo cinco de Dragon Ball Super, Goku e Vegeta estão lutando entre si no Mundo de Beerus com a supervisão de Wiss. O combate é extremamente parecido com o de Goku e Paikuhan no Outro Mundo, com direito as mesmas cenas, situações e até mesmo onomatopeias! A única coisa diferente é o contexto. Observem abaixo a comparação entre o capítulo 02 de Dragon Ball AF do então Toyble com o capítulo 05 de Dragon Ball Super do atual Toyotarō:
Apesar das pequenas alterações feitas para emparelhar as imagens semelhantes entre as duas obras, a ordem de leitura das cenas originais é a mesma da usada aqui. E diferente da homenagem que Toyotarō fez na quadrinização de Fukkatsu no F ao adicionar personagens de outras obras de Toriyama na cena de Freeza no Inferno, o que vemos aqui é uma clássica cena de autoplágio.
Autoplágio é fazer plágio de si próprio, copiando trechos próprios de uma obra que são distribuídos em mídias distintas como frutos de uma obra nova, original, sem as devidas referências aos trabalhos anteriores. O autoplágio é apenas encarado como algo antiético, não muito bem visto em diversas camadas sociais, principalmente quando descoberto no Japão.
A real identidade de Toyotarō jamais foi revelada e como dissemos, nunca houve uma confirmação oficial de que Toyotarō e Toyble são a mesma pessoa, por mais evidente que isso seja e que praticamente ninguém mais duvida, ainda mais agora com o reaproveitamento comprovado de um antigo projeto seu, que, como sabemos, não tem o menor caráter oficial e tampouco é reconhecido ou mesmo citado pela SHUEISHA.
Por mais talentoso que seja Toyotarō/ Toyble e por mais que inúmeros fãs desejem o retorno do seu mais famoso trabalho (ao lado do atual mangá de Dragon Ball Super), esperamos que a liberdade criativa a que lhe foi outorgada não se confunda com o reaproveitamento de um projeto que jamais teve qualquer legitimidade pública perante aos responsáveis pela franquia.
Plágio jamais pode ser confundido com homenagem, ainda mais a homenagem de um produto que só atende aos interesses do próprio mangaká, quando este ainda era, aos olhos da SHUEISHA, “apenas” um desenhista de mais um dos milhares de dōjinshis existentes sobre a franquia Dragon Ball.
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3 Comentários
Bruno
Pelo amor de deus é a mesma pessoa kkkkkkkk…
pra que esse mimimi?
Kami Sama
Interpretação de textos mandou lembranças, desde o primário.
Lucas
Voces tem a entrevista ou matéria que fala sobre a produção do manga ser especificamente anterior a do anime