CENSURA NO BRASIL - Parte 5
CONRAD
Apesar da CONRAD
(responsável pela publicação no Brasil)
ter prometido manter o mangá o mais próximo do
original, o mesmo não ocorreu. Além de ter a metade do nº de
páginas que o original, as capas serem diferentes e a estupidez
de traduzir coisas que fazem parte do cenário (ao invés de se
preocuparem apenas com a tradução dos textos), houve algumas
censuras, totalmente desnecessárias, visto que no inicio das publicações,
o mesmo não vinha ocorrendo. Vejamos:
1)
No mangá 12 de DB, página 67, Bulma tira de uma cápsula
Hoipoi várias revistas pornôs. A CONRAD colocou estrelas cobrindo
os seios e os bumbuns das mulheres das revistas. Abaixo, um scan do mangá da CONRAD (com a censura) e um scan da cena
original (retirada de um Daizenshuu):
Abaixo, scans da mesma cena, só que no anime:
2) No mangá 17
de DB, página 72, Kurilin tira o top da Bulma pro mestre Kame
ver, e pra espanto de todos, a CONRAD cobriu os seios da Bulma
com dois textos escritos "Boing Boing", que não tem no
original.
De quebra um
screenshot, do correspondente no episódio da TV.
3) No mangá brasileiro nº 31 de Dragon Ball, as páginas 7, 8, 9 e 10 foram censuradas. Ou quase isso. Durante o Torneio, Piccolo Jr. e Kami Sama conversam em uma outra língua: o Nameck-go. No mangá original (japonês) e até no anime, aparece a simbologia em Nameck-go. A CONRAD só colocou o texto em Português, destoando completamente toda a essência daquela ocasião. A CONRAD, campeã em desculpas para justificar certas censuras no mangá de Dragon Ball, nunca se pronunciou quanto ao caso. Abaixo os scans com as imagens de como deveriam ser:
Aqui um
email enviado por um colega (Mr. Skyflyin0), para a CONRAD durante
a primeira publicação de Dragon Ball e que
conseguiu sintetizar bem o sentimento de todos que compravam o mangá
e não concordavam com a censura. E também a resposta do próprio Cassius
Medauar, o editor da
revista na época, a ele:
"Eu
aprecio o trabalho de vocês na versão brasileira do
mangá de Dragon Ball. Tenho comprado desde a primeira
edição em dezembro e gosto muito também do fato de que
os mangás da CONRAD são distribuídos no país inteiro.
A princípio acreditei que vocês tinham o compromisso
de manter o mangá o mais fiel possível ao original,
apesar de a versão brasileira conter metade do numero
de páginas dos Tankoubon originais, mas isso eu
entendo como sendo por razões comerciais; agora,
fiquei extremamente decepcionado ao perceber que
algumas cenas do mangá da CONRAD foram censuradas
recentemente sem motivo aparente. Me refiro a cenas no
manga número 12 e mais recentemente na edição numero
17 onde em uma parte Bulma aparece com os seios a
mostra. Eu e muitos outros fãs perceberam a edição,
pois quase todo mangá está disponível na íntegra
traduzido para o inglês na internet.
Realmente não consigo entender o motivo da censura por
vocês, principalmente pelo do fato de que cena
parecida já foi publicada anteriormente no mangá, me
veio em mente que talvez tenham sido reclamações por
parte de pais que teriam achado tal conteúdo
"impróprio" para seus filhos, algo que eu considero
extremamente hipócrita, por se tratar de um simples
desenho. Nem a versão norte-americana está mais sendo
censurada pela VIZ devido a muitas reclamações, por
isso tiveram de aumentar a faixa etária para 13 anos,
sendo assim obrigados a tirar o manga de circulação
das grandes redes de lojas de brinquedos.
Eu sinceramente estou desapontado com isso, novamente,
não houve necessidade alguma para tais censuras, e
espero que não hajam mais alterações parecidas no
mangá no futuro, que com certeza seriam notadas pelos
fãs. No Brasil nós podemos nos considerar
privilegiados por ter nossos mangas e animes sem todo
o processo de controle de conteúdo e censura que há em
outros países como os EUA, algo que não tem retorno,
vocês que lidam com esse tipo de público já devem
saber que isso é o que os fãs mais temem em relação
aos seus animes e mangás. Alguns os chamam de
puristas, mas a questão é que o trabalho deve ser
apreciado da forma que foi feito, sem alterações,
cortes e adaptações como as que ocorrem nos EUA por
motivos puramente comerciais.
Mais uma vez, eu aprecio muito o trabalho de vocês em
trazer essas obras ao acesso do público brasileiro, e
espero que tragam muito mais mangás para o Brasil no
futuro.
Obrigado pela atenção."
A resposta foi a seguinte:
"Caro,
Eu entendo o que você sente e concordo plenamente com você, mas
infelizmente não pudemos fazer nada. Ocorreu exatamente o que você
falou, tivemos reclamações de pais e até de um juiz, por isso
tivemos que fazer aquela pequena censurinha.
Reafirmo que queremos sim manter o mangá o mais fiel possível,
mas desde que a revista não seja prejudicada por isso.
Um abraço,
Cassius Medauar
Atualmente, a CONRAD
possui os direitos de publicação de Dragon Ball no Brasil, sendo ela
responsável pelos Kanzebans. Apesar de não ser uma censura, os Kanzebans
publicados na CONRAD não vêm com as famosas homenagens feitas por
diversos mangakás ao desenharem os personagens de Dragon Ball às suas
maneiras. Nenhuma censura até o momento foi identificada nos Kanzebans
brasileiros.
No Brasil não foi visto nenhum episódio mudado por manipulação digital.
E as constantes reprises da franquia de Dragon Ball na GLOBO também
foram vítimas de cortes com o intuito de comprimir os episódios em
função da grade de horários da emissora e não com o intuito de censurar.
Em algumas reprises, dois episódios transformavam-se em um!