Autor de One Puch Man, Yusuke Murata, fala sobre o impacto que Dragon Ball teve na sua infância

Autor de One Puch Man e Eyeshield 21, Yusuke Murata, fala sobre o impacto que Dragon Ball teve na sua infância. Entrevista e ilustração foram publicadas na “Dragon Ball Children Volume 5” em abril de 2003. Confira tradução:

Quando eu era criança, meus pais nunca me compraram um mangá. (Eles também não me deixavam assistir anime na TV.)

Com isso, o pouco de mangá que eu tive a chance de ter em minhas mãos foi o tankobon de Dragon Ball que meus amigos tinham. Isso não é uma expressão metafórica, ou qualquer coisa: o único mangá shonen que eu conhecia era Dragon Ball, e nada mais.

E então, relendo agora que sou um mangaká, posso realmente agradecer “quão sortudo eu sou que o pouco de mangá shonen que eu tive em minhas mãos durante a juventude foi este trabalho”.

Quando eu tinha cerca de seis anos, o choque ao ler pela primeira vez foi enorme. A primeira coisa que me impressionou foi a beleza da arte, sua frieza, sua fofura, seus detalhes… Não é novidade, mas meu primeiro pensamento foi: “Ah, eu quero desenhar ilustrações tão bem assim”. 18 anos depois, meus sentimentos continuam os mesmos. Eu acho que é justo dizer agora que é amor verdadeiro. Eu sou apaixonado por isso. Eu não sei se está tudo bem dizer isso, mas mesmo agora, tendo feito as minhas obras, tenho que admitir que não me afastei da imitação cega do mangá de Toriyama. Não posso evitar. É minha origem e meu ideal.

Quando eu estava no colégio, as pessoas ao meu redor diziam: “Seus desenhos são parecidos com Dragon Ball”, então houve um período em que eu me distanciei intencionalmente das obras de Toriyama. Depois de um tempo, quando meu estilo de arte se tornou mais exagerado, e eu pensei que tinha esquecido boa parte do toque de Toriyama, finalmente comecei a serialização, e o toque que foi chamado de “imitação de Toriyama” voltou outra vez.

Chamar de imitação é uma tentativa deles de me colocar pra baixo, mas eu não me importo. Foi assim que tomei consciência do quão profundo a influência de Dragon Ball está em minhas raízes. Provavelmente, daqui em diante, continuarei meu trabalho, mantendo as ilustrações de Toriyama-sensei como o meu ideal. E talvez, sempre haja alguém em algum lugar que leia Dragon Ball e anseie se tornar um mangaká.

Isso porque o poder desse trabalho, que mudou minha vida, com certeza chegará a todas as gerações.

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