Dragon Ball Dokkan Battle
Estilo: Estratégia
Data: Janeiro de 2015
Developer/ Publisher: Akatsuki/ BANDAI NAMCO
Preço oficial de lançamento: Gratuito (Freemium)
Raridade: 1/ 10
Preço atual de mercado: Gratuito (Freemium)
Existe Game Guide? Não
Existe ROM? Não.
Lançado pela Bandai Namco no final de Janeiro de 2015, Dragon Ball Z: Dokkan Battle é um jogo no formato freemium (gratuito para jogar, mas possui itens que podem ser comprados dentro do aplicativo), exclusivo para sistemas Android e iOS.
O jogo apresenta o então Patrulheiro do Tempo Trunks, que precisa consertar o mundo de Dragon Ball onde passado, presente e futuro se misturaram. Na prática, o jogo apresenta inúmeros capítulos com histórias aleatórias, inclusive algumas paralelas à história principal do jogo, como é o caso da missão paralela de Dragon Ball Z: Fukkatsu no F, dividida em duas partes principais.
Dokkan Battle encontra-se na versão 1.1.6, atualizada em maio de 2015, mas alguns conteúdos são liberados em datas específicas sem causar atualizações gerais no jogo, como ocorreu por exemplo com a segunda parte principal da missão paralela de Fukkatsu no F, que ficou disponível no dia primeiro de maio de 2015. Basicamente novas histórias paralelas vão surgindo com o tempo, assim como como novos conteúdos in-game (power-ups, personagens, etc.). Infelizmente, da mesma forma que novos conteúdos e missões são anexados ao jogo, também ocorre a retirada dos mesmos com o tempo. A missão paralela de Fukkatsu no F já não existe mais na versão 1.1.6.
O gameplay do jogo é bastante peculiar, onde você monta um deck com um grupo de personagens apresentados como “cards”, com valores de atributos próprios (ataque, defesa, etc.) e que podem inclusive evoluir de acordo com o tipo de card. Além da escolha dos seus personagens para o deck, o jogador também escolhe um personagem como líder (Leader). O deck é composto por até seis personagens, que inclusive podem ser repetidos – é possível fazer um deck com seis cards do Yamcha, por exemplo.
O curioso é que além do seu deck de personagens, o jogador tem o direito de escolher para cada missão um um card de um personagem dentro de vários outros desenvolvidos pelos diversos jogadores espalhados online. Geralmente os personagens oferecidos são mais poderosos que os de seu deck e eles se dividem em dois grupos: personagens FRIEND e personagens GUEST. A diferença é que geralmente os personagens GUEST estão em um rank ainda mais alto que os personagens FRIEND (não é via de regra), mas em contrapartida todos os itens adquiridos durante a missão podem ser oferecidos aos personagens GUEST, o que não ocorre em hipótese alguma quando se usa personagens FRIEND. O legal é que a recíproca é válida para o jogador que tiver seu personagem utilizado como GUEST por um outro jogador – os itens conquistados e compartilhados são depositados em uma caixa de presente (Gift) para serem anexados.
O jogador é obrigado a apenas escolher um Leader ou seja, um único personagem. Nesse caso, o jogo inicia com o Leader + o FRIEND ou GUEST escolhido, e o espaço que sobrou é preenchido por Saibamans que não acumulam pontos de experiência.
Com o deck montado, o líder do deck escolhido e a seleção de um personagem FRIEND ou GUEST ao deck, você percorre diversas missões distribuídas em um tabuleiro temático (que muda a cada missão) cujo deslocamento se dá através de números de 1 a 6 que aparecem aleatoriamente em um conjunto de três opções dados a cada rodada.
O tabuleiro é composto por diversos elementos:
a) Cápsulas Hoipoi com várias cores e atributos para sua equipe;
b) Moedas Zeni, a moeda do jogo – e da franquia – usada para compra de alguns power-ups;
c) Avatar da Uranai Baba, que vende tais power-ups;
d) Avatar de Super Saiyajin, que confere aumento de atributos a um personagem aleatório do seu deck para a missão.
e) Oponentes aleatórios, onde você pode simplesmente enfrentá-los ou ignorá-los;
f) Oponentes obrigatórios, marcados com um símbolo de “STOP” e que não podem ser ignorados;
g) Chefes de fase (Bosses);
h) Símbolos de Interrogação que conferem aleatoriamente Power-ups, Moedas Zeni, danos à equipe ou até mesmo obriga a equipe do jogador a enfrentar algum oponente não específico; e
i) Estrela, que indica o final da fase.
Em algumas fases existem “Esferas do Dragão” que podem ser pegas sem qualquer cerimônia no tabuleiro, basta cair com sua equipe no bloco onde elas estiverem. E há fases onde o jogador pode escolher caminhos alternativos, inclusive alguns bloqueados conforme a dificuldade do jogo.
O jogo contém três níveis de dificuldade selecionáveis em cada fase escolhida: NORMAL, HARD e Z-HARD, sendo que os dois últimos níveis são desbloqueados somente quando a fase em questão é concluída num nível anterior. Cada missão tem um “custo de ACT”, onde ACT é uma unidade expressa em uma barra que define a condição do jogador de poder prosseguir ou não em uma missão. Missões mais difíceis geram um “custo de ACT” maior que as mais fáceis.
Os cards são classificados em cinco tipos: UR, SSR, SR, R e N; onde UR estão os cards mais poderosos (e mais raros) e N estão os cards mais simples. Ainda assim, cada card, independente de seu tipo, possui atributos distintos, sobretudo quando combinados com algum outro tipo de card. A única característica comum de todos os cards está no quanto que cada tipo de card pode evoluir. Cards do tipo N evoluem de 0 até 20; do tipo R, de 0 até 40; do tipo SR, de 0 até 60; do tipo SSR, de 0 até 80; e finalmente do tipo UR, de 0 até 100.
Apesar de parecer confuso o esquema dos cards e o empecilho do jogo ser todo em japonês, jogar Dokkan Battle é bastante intuitivo. Na prática, manjar dos esquemas dos cards implica apenas em obter melhores resultados durante o combate e a não sofrer tanto nos modos mais difíceis do jogo.
O jogo entra em um modo de batalha quando caímos no tabuleiro no mesmo ponto onde um oponente está. Surge uma tela tipo de Versus, onde o líder do seu deck aparece em destaque da mesma forma que o oponente ou o líder dos oponentes a enfrentar.
Contra o deck do jogador podem vir oponentes em grupos, trios, duplas ou mesmo sozinho.
O combate é feito através de uma tela com diversos círculos de diversas cores (vermelho, verde, dourado, azul e lilás), distribuídos em linhas e “colunas” irregulares. Para atacar, basta tocar no touchscreen em um dos cinco círculos da primeira linha de forma que a cor do círculo clicada interligue-se o máximo possível com círculos de mesma cor das “colunas”. Não é possível manipular a posição dos círculos, apenas prever que ao ser feita uma sequência, esta desaparecerá e os demais círculos da tela vão se espalhando, permitindo ou não novas sequências.
O importante é frisar que independente se o jogador fizer uma “trilha” perfeita de combos de círculos de mesma cor ou se o círculo escolhido não se interligue com nenhum outro, o seu personagem irá executar o ataque. A diferença é que quanto menos círculos interligados de mesma cor, menos efetivo será seu ataque.
Além das cinco cores descritas, há um círculo “curinga”, multicolor, que se interliga com qualquer círculo de cor previamente escolhido.
Os ataques são feitos em turnos, tais como nos RPGs tradicionais. Os sete personagens do deck são divididos em grupos aleatórios de três personagens por rodada e é possível escolher a ordem em que cada um desses três irá atacar. Todos os personagens do deck do jogador compartilham de uma mesma barra de HP e abaixo dela há uma barra chamada Dokkan, que quando cheia proporciona uma saraivada de combos seguidos de um super ataque especial.
Os oponentes se posicionam de forma arbitrária nos turnos, mas é possível visualizar a disposição dos mesmos em cada turno, assim como é possível selecionar qual inimigo atacar primeiro, bastando apenas clicar em seu avatar na tela de combate, antes de tocar nos círculos.
Após realizar a escolha dos círculos para cada um dos três personagens do turno, as cenas animadas de batalha começam. As animações de Dokkan Battle são um caso à parte. Extremamente bem feitas, tem-se a sensação de estarmos assistindo a um verdadeiro combate de Dragon Ball. Os sprites dos inúmeros personagens existentes no jogo são bem detalhados, ricos em frames e contam com um jogo de câmeras que surpreende, ainda mais para um jogo completamente em 2D. Os personagens disparam rajadas de ki, defendem, trocam socos e pontapés, arremessam o personagem contra o chão, enfim, tudo o que um bom jogo de Dragon Ball poderia reproduzir.
Os efeitos de luz dos ataques e dos power-ups utilizados são muito bonitos. E a cereja do bolo é quando o jogador consegue uma sequência perfeita de círculos de mesma cor. Dependendo do nível da barra Dokkan, o personagem pode emitir um super ataque especial (Perfect) ou, caso a barra Dokkan esteja completamente cheia, uma sequência de hit-combos seguido de um super ataque especial de impressionar qualquer um. Além de causar um dano altíssimo no oponente.
Os efeitos sonoros do jogo também são muito bons, mas músicas são bem repetitivas e enjoativas. O jogo também peca e muito na falta de vozes nos personagens. A maioria dos ataques não possuem sequer uma única voz. Para um jogo de 2015 isso é imperdoável.
A cada batalha vencida, o jogador acumula pontos de experiência para subir de nível. E ao término de cada quest, o jogador é presenteado às vezes com power-ups variados ou cards com novos personagens, além de “fragmentos dourados” que funcionam como “Continue” em caso de derrota em uma determinada missão ou para a compra de pacotes de personagens, entre outras coisas mais específicas.
A cada batalha perdida, o jogador tem a oportunidade de fazer “Continue”, retornando ao status atual da peleja. Entretanto, é necessário ter pelo menos 1 “fragmento” para tal, caso contrário o jogo sugere que o jogador compre tais “fragmentos” ou desista do combate. Na desistência, uma tela de GAME OVER rompe o cenário e o jogador perde pontos da barra de ACT, de acordo com o “custo de ACT” da missão.
Tanto nas situações onde o jogador é vitorioso ou na derrota assumida, o mesmo sofre um “custo de ACT” pela missão disputada. Caso o jogador esvazie por completo sua barra de ACT ou detenha valores abaixo dos exigidos em uma determinada missão, será necessário esperar um cronômetro específico na área superior direita da tela zerar para computar 1 ponto na barra de ACT até ter a pontuação necessária para seguir com as missões. Ou então repor a barra de ACT com o uso de”fragmentos”.
Outro ponto a se considerar são os power-ups. Desde itens como senzus à avatares de diversos personagens da franquia, os efeitos destes power-ups são os mais variados. Eles podem enfraquecer por um turno seus oponentes, podem aumentar o Poder de Ataque dos personagens do seu turno, podem recuperar parcialmente ou toda a energia do seu deck e por aí vai. Para utilizá-los, basta selecionar quais escolhê-los antes de concluir o turno de ataque, na tela de batalha ou selecioná-los durante o percurso no tabuleiro.
Por fim, alguns personagens podem exercer influência em outros personagens, enquanto estiverem dispostos próximos um do outro durante um turno de batalha. Geralmente atributos como Poder de Ataque aumentam quando isso ocorre entre personagens que possuam alguma “afinidade”. Por exemplo, se no deck do jogador tiver um card do Cell e outro de Cell Jr., no momento que os dois personagens estiverem próximos um do outro no mesmo turno de batalha, os atributos dos dois aumentarão. Da mesma forma ocorre com a interação de Tenshinhan, Chaoz, Yamcha e Kuririn ou com a interação entre Dabura e Spopovich.
É possível também vender os cards de personagens adquiridos, sendo que quanto mais evoluído for o personagem, mais valioso ele será. Em alguns momentos o jogo exige que se venda alguns personagens para dar continuidade a missão; isso ocorre porque o espaço de cards também é limitado e provavelmente o jogador será presenteado com algum card na conclusão de tal missão.
Infelizmente o sistema freemium faz com que a experiência completa do jogo se torne bem custosa: a maioria dos personagens mais cobiçados são distribuídos em pacotes onde o jogador precisa comprá-los por meio de “fragmentos dourados”, como descrito anteriormente. Só que os tais “fragmentos” são difíceis de serem obtidos de graça, geralmente concedidos ao concluir um grande arco do jogo ou na forma de Gift. Fora isso, apenas comprando com dinheiro de verdade.
O custo de 1 “fragmento” em 04 de Maio de 2015 era de R$2,79. Havia pacotes com 6, 12, 30, 60 e 90 “fragmentos”, que custavam respectivamente R$11,16, R$19,56, R$46,56, R$88,45 e R$125,70. Pacotes básicos para liberação de cards-personagens custam ao menos 50 “fragmentos”.
Ainda assim, Dokkan Battle é um jogo divertido, simples e interessante, com animações muito bonitas e um desenrolar de história contado de uma maneira bem artística, como se fosse uma história em quadrinhos. A Bandai Namco fez um ótimo trabalho, proporcionando atualizações constantes que não deixam o jogo estagnar. Uma pena que o jogo seja restrito para residentes do Japão ou seja, instalá-lo fora de terras nipônicas e contar com suas atualizações só é possível através de algumas gambiarras, por conta e risco do usuário.
[Imagens do Storyline completo da Quest paralela de Fukkatsu no F – Parte 1 e Parte 2]